TEMPLO POSITIVISTA DE PORTO ALEGRE
por Bianca Salazzar
No último dia 13 de abril visitei em Porto Alegre, juntamente com a turma do sétimo semestre de História da FACOS, o Templo Positivista. Um prédio para a maioria das pessoas um tanto curioso, que está localizado na Avenida João Pessoa, no. 1058. A construção do prédio é do início do século XX, é um dos quatro templos positivistas do mundo, os outros estão localizados no Rio de Janeiro, Curitiba e na França onde teve seu início. O templo da capital, é um dos dois templos de seguem a arquitetura criada por Comte em seus livros da Catequese Positivista, livro base da Religião da Humanidade.O Positivismo segundo Auguste Comte (1798-1857), fundador da doutrina no século XIX, é um culto de amor e reconhecimento pelos parentes, pelos grandes homens, pelas instituições sociais, pela pátria e pelos antepassados (pois não é à toa que na sua entrada está escrito: “Os vivos são sempre cada vez mais, necessariamente governados pelos mortos”). É um sistema de vida moralizador, um regime sem distinções de classe, cor e raças, de uma vida sem conflitos, tendo como principal interesse o coletivo e não individual e que organizar a vida social pelos moldes científicos. O seu lema fundamental é “O Amor por princípio e a Ordem por base, o Progresso por fim”.O Rio Grande do Sul teve uma grande influência do positivismo na sua política durante 40 anos, com Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e Getúlio Vargas como presidente do país. O exemplo mais claro do positivismo hoje, é a nossa bandeira, que foi re-estilada por um dos confrades da Proclamação da República, Raimundo Teixeira Mendes, juntamente com o auxilio do artista plástico Décio Vilares (positivista), que trocou o brasão do Império pelo globo celeste com parte dos dizeres do axioma positivista: “Ordem e Progresso”, que significa estabilidade e desenvolvimento. A arquitetura é um outro exemplo do positivismo hoje, muito dos prédios e monumentos da nossa capital foram construídos enquanto essa doutrina governava o estado.O Templo Positivista de Porto Alegre já foi freqüentado por muitos dos políticos gaúchos, que aderiram não só como uma sociologia, mas como uma religião. Em 1912, eles compraram o terreno onde foi construído o Templo que foi terminado somente 16 anos depois. Com o passar dos anos, a Segunda Guerra Mundial aconteceu e com isso muitos dos religiosos se afastaram, fazendo com que a célula positivista riograndense se desintegrasse. Hoje o templo conta com pouco mais de 5 seguidores em todo o estado, que faz com que o positivismo esteja se deteriorando aos poucos e conseqüentemente o prédio que precisa de reparos.O prédio da Avenida João Pessoa é uma verdadeira relíquia do nosso estado, pois este marcou seu lugar na política e na vida dos gaúchos. Além de contar a arquitetura característica de uma época, têm em seu acervo raridades de anos que foram conservados por eles. Não é apenas uma doutrina, e sim patrimônios da humanidade que estão sendo esquecidos por aqueles que se dizem valorizar a memória de um estado e de um país.
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